domingo, 12 de outubro de 2014

NA SECA CANINDÉ ESPERA ADUTORA

As torneiras da casa de dona Denanci Martins, 62, não recebiam nada por quase dois meses. Na última terça-feira, 7, a água chegou. Só não em condições de beber ou cozinhar. “É água suja e até fede. É muito salgada, usei para lavar louça e roupa”, lamenta. Ela mora no bairro Palestina, na sede municipal de Canindé (a 120 quilômetros da Capital). A casa está numa região alta, para onde bombear a pouca água da cidade em racionamento de até 70% é um dos muitos desafios na convivência com a seca.
Em bairros altos, como Palestina e São Mateus, muitos moradores recorrem aos poços profundos que podem oferecer água tratada. Dois litros saem por R$ 0,50. O dia todo é de filas em frente aos nove poços com dessalinizadores na sede. São mais sete sistemas na zona rural. Os recipientes vêm na garupa das motocicletas e nos carrinhos de mão. “Compro quatro garrafões e dá para uma semana. Melhor no poço do que os garrafões de R$ 3,50 no comércio”, compara o porteiro Rogério Ferreira, 36. A casa dele fica no bairro Alto Guaramiranga e recebe água na torneira a cada três ou quatro dias. “É só a lama, serve para banho e lavar louça”, conta.
A água que chega às residências vem de três açudes de Canindé. O Escuridão, a 22 quilômetros da sede, tem 3,2% do volume. Dentro da cidade, o São Mateus tem 1%. Já o açude Souza, a cinco quilômetros da sede, está com 0,06% da capacidade. Canindé deve perder o reforço deste último reservatório. “Com o consumo e com a evaporação, essa água dá para mais dois ou três dias”, previa na última quarta-feira, 8, Nelson Bandeira, ordenador de despesas do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) do município. Durante esta semana, o trabalho era de transferir a água das últimas poças do açude Souza para chegar à bomba que pode levar o recurso até a estação de tratamento da cidade. Um esforço para aproveitar o máximo possível do açude quase seco. “Chamar a situação de crítica é eufemismo”, comentou Nelson, mostrando o chão rachado no reservatório. Após as chuvas de fevereiro a maio de 2013, o açude chegou a ter dois metros de água no leito do rio Souza. Desde outubro do ano passado, não alcançou 1% do volume. Mas conseguia ajudar no abastecimento até agora.
Adutora.
Por uma estrada de terra é possível acompanhar as tubulações da adutora emergencial que levará água do açude General Sampaio para os municípios de Canindé e Caridade. O reservatório de origem tem 3,6% do volume. A montagem da adutora tem o próximo mês como prazo final e está com 80% do serviço concluído. Falta terminar o assentamento dos tubos de aço corten (de alta resistência) e concluir uma das seis caixas que servirão de reservatório e possibilitarão o fluxo da rede ao longo de 53 quilômetros. Em Canindé, a esperança de gestores e da população é que a adutora fique pronta durante a festa de São
Francisco das Chagas, iniciada na última quinta-feira, 9, e com encerramento marcado para o próximo domingo, 19. Segundo Frederico Magalhães, engenheiro responsável pela obra na empresa Cimencol, os primeiros testes para bombear água do General Sampaio devem ocorrer no dia 8 de novembro. “Ela tem a tubulação na superfície porque é de montagem rápida. Se fosse toda por baixo, levaria 18 meses para concluir”, informa. A montagem começou em julho deste ano.
Fonte: O povo
←  Anterior Proxima  → Inicio

0 comentários:

Enviar um comentário

Todo e qualquer cometário que faça uso de palavrões será removido. Use esse espaço com responsabilidade. Para comentários Use apenas "Nome/UR" . Equipe: Meu Guará.

Total de visualizações

FESTAS

CLIQUE NA FOTO! >>>>

https://www.paid-to-read-email.com/?r=871590

CLIQUE NA FOTO! >>>>